Existe a ideia de que o desporto faz bem, só pelo facto de as pessoas o praticarem. Esta convicção tem raízes profundas que remontam à educação dos colégios ingleses que os Maias de Eça eloquentemente comentam através da personagem Carlos da Maia. Acredita-se que o desporto faz bem à saúde, pelo vigor que aporta, enrijece a alma pela resiliência que estimula, promove relações sociais entre colegas e partes em disputa, entre outras virtudes. Contudo, promover o desenvolvimento positivo dos jovens através do desporto deve constituir um projeto para além de uma consequência natural da sua prática. Até porque, ao desporto não estão somente associados fatores positivos, pois inúmeras investigações alertam que é no contexto desportivo que alguns jovens tomam contacto pela primeira vez com o tabaco, o álcool, sofrem de bullying e outras formas de maus tratos.
Neste contexto, urge uma atitude propositada por parte do treinador em proporcionar aos jovens através do desporto um desenvolvimento harmonioso e que este se estenda para além do próprio desporto. Ou seja, associar o desporto ao aumento da autoestima, da autoconfiança, da sua realização académica, do significado de um estilo de vida ativo e de uma melhor preparação para o exercício pleno da cidadania.
O ensino positivo dos jovens através do desporto advém muito da qualidade das relações interpessoais que os atletas estabelecem com os treinadores, identificando-os como professores, mentores e amigos, descrevendo-os como bons ouvintes, pacientes e profissionais, dentro e fora do contexto de prática.
Consequentemente, o desenvolvimento de competências de vida através do desporto depende em grande parte da forma como o treinador consegue criar um ambiente que promova esse progresso valorizando as suas potencialidades. O treinador necessita assim, como peça fundamental deste processo, de adquirir também ele, conhecimentos e competências que lhe permitam ter sucesso na formação dos jovens.
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Na Escola Competências de Vida (ECV), baseamos os nossos programas de treino de competências de vida nas indicações científicas fornecidas pelo grupo de investigação Adaptação, Rendimento e Desenvolvimento Humano.
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Rui Resende
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