Uma situação stressante, seja ela ambiental, como um prazo de trabalho iminente, ou emocional, como o medo de perder emprego, pode desencadear várias alterações fisiológicas. Muitas das respostas ao stress, como o aumento da frequência cardíaca, o aumento da frequência respiratória ou o aumento da atividade cerebral, têm por objetivo ajudar as pessoas a ultrapassar uma situação percebida como perigosa. Esta resposta de “luta-ou-fuga” evoluiu como um mecanismo de sobrevivência que permitiu às pessoas, ou a outros mamíferos, reagir rapidamente em situações de desafio ou ameaça – também denominadas stressores – lutando contra ela ou fugindo para um local seguro. Tendo por base a avaliação da situação e dos recursos disponíveis para a ultrapassar, alguns stressores podem ter um efeito positivo e motivar a pessoa a exceder-se e atingir objetivos difíceis de alcançar.
Sinal de alarme
Na presença de um stressor, a área do cérebro responsável pelo processamento das emoções – a amígdala – envia um sinal de alarme para o hipotálamo. Esta área cerebral funciona como um centro de comando e comunica com as diferentes partes do corpo através do sistema nervoso autónomo, controlando funções corporais involuntárias como a pressão sanguínea, o batimento cardíaco, a respiração e a dilatação ou constrição de vasos sanguíneos e bronquíolos nos pulmões, por exemplo.
O sistema nervoso autónomo tem dois componentes, sistema nervoso simpático e parassimpático. O sistema nervoso simpático é o nosso “acelerador”, desencadeando a resposta de luta-ou-fuga e fornecendo uma descarga de energia para que o corpo possa responder ao stressor. O sistema nervoso parassimpático atua como um “travão”, promovendo a resposta “repousar e digerir”, conservando energia e acalmando o corpo posteriormente.
Após a amígdala enviar o sinal de alarme para o hipotálamo, o sistema nervoso autónomo e o sistema nervoso endócrino respondem produzindo as hormonas epinefrina (adrenalina), norepinefrina (noradrenalina) e cortisol, resultando numa cascata de reações fisiológicas que compõem a resposta ao stress. Esta resposta inclui a resposta de luta-ou-fuga, a produção de beta-endorfina (um analgésico natural) e um aumento de acuidade dos diferentes sentidos, que preparam o corpo para lidar com o stressor. Se o stressor é identificado como negativo, ou como uma ameaça, a produção de cortisol aumenta. O cortisol está envolvido na produção de energia, mas também suprime a função imunitária.
A intensidade da resposta ao stressor depende das suas características (novidade, imprevisibilidade, complexidade, ambiguidade e incerteza) e do resultado do processo de avaliação cognitiva, ou seja, o modo como as pessoas avaliam a situação indutora de stress, que pode fazer a diferença entre uma adaptação positiva ou negativa à situação.
Se desejar saber mais sobre o que é o stress e como nos adaptamos a situações de stress, não perca os outros artigos do nosso blog.
Gostaria de saber como lidar com o stress? Inscreva-se numa das nossas iniciativas!